O
batuque é provavelmente o género musical mais antigo de Cabo Verde, mas só há
registos escritos acerca do batuque a partir do século XIX. Presentemente só se
encontra na ilha de Santiago, e é no Tarrafal onde se vive com mais intensidade
este género musical. Todavia, há indícios que já existiu em todas as ilhas de
Cabo Verde.[2]
Segundo
Carlos Gonçalves[3], o batuque não seria um género musical
transposto do continente africano. Seria a adaptação de alguma dança africana
(qual?) que depois teria desenvolvido características próprias em Cabo Verde.
O
batuque sempre foi hostilizado pela administração portuguesa, por ser
considerado «africano», e pela Igreja, mas foi durante a política do Estado
Novo que essa perseguição foi mais forte. O batuque chegou a ser proibido nos
centros urbanos, e chegou a estar moribundo a partir dos anos 50. Depois da
independência houve um interesse em fazer ressurgir certos géneros musicais.
Mas é nos anos 90 que o batuque teve um verdadeiro renascimento, com jovens
compositores (Orlando Pantera, Tcheka, Vadú, etc.) fazendo trabalhos de pesquisa e
conferindo uma nova forma ao batuque, sendo interpretado por também jovens
cantores (Lura, Mayra Andrade, Nancy Vieira, etc.).