Orlando Pantera:
"Ó ki'm morrê antes tempo
ressuscitan sem licença"/"A quem morre antes do tempo ressuscitam sem
pedir licença".
Orlando Monteiro Barreto nasceu
no interior da ilha de Santigo em Novembro de 1967.Considerado
percursor de um novo estilo na música cabo-verdiana, Orlando Pantera foi
letrista, compositor, multinstrumentista e só nos últimos anos de vida é que
cantou em público.
O apelido Pantera como ficou perpetuado, deve se ao facto de em
criança ter sido um amante da revista Pantera Cor-de-rosa. Andava sempre com
elas, daí os amigos num subúrbio da praia chamavam- no” Orlando Pantera”. Teve acesso a revista em Angola, país onde chegou com um ano na
companhia dos pais e deixou, oito anos depois na viagem de regresso à Cabo
verde.
Pantera
faleceu aos 33 anos vítima de pancreatite aguda, a 1 de março de 2001, altura
em que gravaria o seu primeiro álbum "Lapidu na Bô"/ "Grudado em
Ti". Deixou uma filha chamada, Darlene que teve com a Carla Garcia, (companheira
durante oito anos). Um ou dois dias antes tinha actuado no Quintal da Música,
espaço cultural na Cidade da Praia (platô), onde dava espetáculos as
quintas-feiras. Horas antes de ser internado, tinha estado com os amigos num
"hora di bai", convívio de despedida em homenagem a alguém que ia
viajar. O seu primeiro emprego foi o de animador social.
Pantera não deixou nenhum álbum gravado mas um leque de obras que
não deixa indiferentes os ouvidos daqueles que se deixam tocar pela qualidade.
Ele ressuscitou os géneros tradicionais como Batuke, funaná, Tabanca que eram
proibidos até a independência, e que iam perecendo após esta.
"É preciso observar, viver e guardar na alma".
Da observação, do
contacto, com a vivência do povo do interior criou um estilo autêntico,
original, sem tirar os pés da raiz que tanto o inspirou. Ele cantava com todo o
corpo, dava vida a o que se chama tradição, de forma inovadora sem corromper o
que de genuíno trazia a sua música.
Quem o via
interpretando num palco, de camisas e calças a
boca-de-sino, não via nele o homem tímido que desde de miúdo desacreditava na
sua voz, por isso pedia as pessoas para cantar a sua música. Guitarrista e
baixista, Pantera mergulhou também na percussão, retirando sons dos objectos
mais inimagináveis, como: pilon, pau de colêxa, búzios e shelafon.
Na sua música retratava a vivencia das mulheres e dos homens do
interior da ilha de Santiago,
Nos braços da música esteve em Portugal, França, Holanda, Brasil,
EUA e outros países, em digressões. Em Cabo Verde actuou no Quintal
da Música, no Pub Cruzero, no Parque 5 de Julho, nos festivais da Gâmboa (Praia),
Baía das Gatas (Mindelo) e Sete Luas Sete Sóis (Santo Antão).
Nos anos 80,
integrara vários grupos, dentre eles o Pentágono e o Quinteto Capaverdeans Jazz
Band. Mas Passou a ser uma referência musical, a partir do momento que
Os Tubarões gravaram, em 1993, algumas das suas composições, nomeadamente o êxito "Tunuca",
no CD "Porton di Nôs Ilha". Participou com dois Funanás e uma
Coladera. Por esta ocasião foi galardoado com o Prémio Compositor no Ano. Além dos Tubarões
existem também compilações com músicas de Pantera: "Verão 2000" e
"Filhos do Funaná"; sete composições em discos de outros intérpretes,
Mário Rui, Djudja, Grace Évora, Pentagono e Filipe. Pantera, ainda Integrou o
grupo Raiz di Polon, junto com o Manu Preto e outros desde 1997.
Orlando é um dos perpétuos nomes da música cabo Verdiana, admirava
músicos como Catchás, Kaká Barbosa, Ano Nobo,
Manuel d' Novas, entre outros.
Pantera deixou vários materiais espalhdos.Hoje, alguns amigos
procuram levar avante o projecto, como cumprimento de promessa ao músico morto,
mas todos sabem que não será a mesma coisa. No máximo, será um esboço do sonho
de seu criador, já que o estilo de música por que vinha enveredando era
absolutamente pessoal.
Em homenagem a este malogrado nome o Ministério da Cultura criou “Prémio Orlando Pantera –
Descoberta de talento Jovem” que visa de incentivar e promover o
desenvolvimento da cultura cabo-verdiana, através da música. prémio contempla
cinco modalidades:
melhor
conjunto ou grupo musical
melhor
composição musical
melhor
Música Instrumental
melhor
Trabalho de Investigação
o
melhor intérprete
É preciso
parar e pensar que dimensão teria hoje, Pantera, se esse mundo contasse com a
sua presença física, medir a projeção que a sua música teve interpretado por
outros artistas, como Lura, Mayra andrade, entre outros, e adicionar a eles a
essência do Pantera, o que o deferi de todos os interpretam a sua música.
o
estilo de pantera é continuado por artistas como Princezito, Vadu, Mayra
andrade, Lura, Tcheca, entre outros...
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