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domingo, 1 de julho de 2012

ORLANDO PANTERA, O MENTOR DO NOVO ESTILO DO BATUQUE, CONHECIDO POR `GERASON PANTERA`


Orlando Pantera:
 "Ó ki'm morrê antes tempo ressuscitan sem licença"/"A quem morre antes do tempo ressuscitam sem pedir licença".
Orlando Monteiro Barreto nasceu no interior da ilha de Santigo em Novembro de 1967.Considerado percursor de um novo estilo na música cabo-verdiana, Orlando Pantera foi letrista, compositor, multinstrumentista e só nos últimos anos de vida é que cantou em público.
Text Box: Orlando Pantera (Foto: Djinho Barbosa) O apelido Pantera como ficou perpetuado, deve se ao facto de em criança ter sido um amante da revista Pantera Cor-de-rosa. Andava sempre com elas, daí os amigos num subúrbio da praia chamavam- no” Orlando Pantera”. Teve acesso a revista em Angola, país onde chegou com um ano na companhia dos pais e deixou, oito anos depois na viagem de regresso à Cabo verde.
Pantera faleceu aos 33 anos vítima de pancreatite aguda, a 1 de março de 2001, altura em que gravaria o seu primeiro álbum "Lapidu na Bô"/ "Grudado em Ti". Deixou uma filha chamada, Darlene que teve com a Carla Garcia, (companheira durante oito anos). Um ou dois dias antes tinha actuado no Quintal da Música, espaço cultural na Cidade da Praia (platô), onde dava espetáculos as quintas-feiras. Horas antes de ser internado, tinha estado com os amigos num "hora di bai", convívio de despedida em homenagem a alguém que ia viajar. O seu primeiro emprego foi o de animador social.
Pantera não deixou nenhum álbum gravado mas um leque de obras que não deixa indiferentes os ouvidos daqueles que se deixam tocar pela qualidade. Ele ressuscitou os géneros tradicionais como Batuke, funaná, Tabanca que eram proibidos até a independência, e que iam perecendo após esta.
"É preciso observar, viver e guardar na alma".
 Da observação, do contacto, com a vivência do povo do interior criou um estilo autêntico, original, sem tirar os pés da raiz que tanto o inspirou. Ele cantava com todo o corpo, dava vida a o que se chama tradição, de forma inovadora sem corromper o que de genuíno trazia a sua música.
 Quem o via interpretando num palco, de camisas e calças a boca-de-sino, não via nele o homem tímido que desde de miúdo desacreditava na sua voz, por isso pedia as pessoas para cantar a sua música. Guitarrista e baixista, Pantera mergulhou também na percussão, retirando sons dos objectos mais inimagináveis, como:  pilon, pau de colêxa, búzios e shelafon.
Na sua música retratava a vivencia das mulheres e dos homens do interior da ilha de Santiago,
Nos braços da música esteve em Portugal, França, Holanda, Brasil, EUA e outros países, em digressões. Em Cabo Verde actuou no Quintal da Música, no Pub Cruzero, no Parque 5 de Julho, nos festivais da Gâmboa (Praia), Baía das Gatas (Mindelo) e Sete Luas Sete Sóis (Santo Antão).
 Nos anos 80, integrara vários grupos, dentre eles o Pentágono e o Quinteto Capaverdeans Jazz Band. Mas Passou a ser uma referência musical, a partir do momento que Os Tubarões gravaram, em 1993, algumas das suas composições, nomeadamente o êxito "Tunuca", no CD "Porton di Nôs Ilha". Participou com dois Funanás e uma Coladera. Por esta ocasião foi galardoado com o Prémio Compositor no Ano. Além dos Tubarões existem também compilações com músicas de Pantera: "Verão 2000" e "Filhos do Funaná"; sete composições em discos de outros intérpretes, Mário Rui, Djudja, Grace Évora, Pentagono e Filipe. Pantera, ainda Integrou o grupo Raiz di Polon, junto com o Manu Preto e outros desde 1997.

Orlando é um dos perpétuos nomes da música cabo Verdiana, admirava músicos como Catchás, Kaká Barbosa, Ano Nobo, Manuel d' Novas, entre outros.

Pantera deixou vários materiais espalhdos.Hoje, alguns amigos procuram levar avante o projecto, como cumprimento de promessa ao músico morto, mas todos sabem que não será a mesma coisa. No máximo, será um esboço do sonho de seu criador, já que o estilo de música por que vinha enveredando era absolutamente pessoal.

Em homenagem a este malogrado nome o Ministério da Cultura criou “Prémio Orlando Pantera – Descoberta de talento Jovem” que visa de incentivar e promover o desenvolvimento da cultura cabo-verdiana, através da música. prémio contempla cinco modalidades:
melhor conjunto ou grupo musical
melhor composição musical
melhor Música Instrumental
melhor Trabalho de Investigação
o melhor intérprete
      

     É preciso parar e pensar que dimensão teria hoje, Pantera, se esse mundo contasse com a sua presença física, medir a projeção que a sua música teve interpretado por outros artistas, como Lura, Mayra andrade, entre outros, e adicionar a eles a essência do Pantera, o que o deferi de todos os  interpretam a sua música.
o estilo de pantera é continuado por artistas como Princezito, Vadu, Mayra andrade, Lura, Tcheca, entre outros...

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