Criador de canções de excelência, investigador das várias vertentes do
batuku, abordando a melopeia tirada das histórias, contos e provérbios
populares, Princezito incide ainda no finaçon, uma improvisação/declamação
cantada, baseada essencialmente em temas sociais.
Carlos Alberto Sousa Mendes de nome artístico Princezito, nasceu em
Cabo Verde quatro anos antes da independência, na ilha de Santiago, vila do
Tarrafal – Monte Iria, zona onde a lendária cantadeira de Finason – Bibinha
Kabral – viveu os últimos anos de vida, senhora de quem Princezito cobiçou a
arte de cantar.
Estudou na escola da vila onde nasceu, desde muito cedo despertou a
admiração dos professores e dos colegas, pela originalidade na escrita e
declamação dos seus próprios poemas, arte que aprendera em casa com os irmãos
mais velhos.
1985
Na gala cultural de celebração do 10º Aniversário da Independência de
Cabo Verde, apenas com 13 anos, Princezito partilhou ingenuamente o palco –
Arena do Parque 5 de Julho – com Tina, Celina Pereira, Ildo Lobo e Cesária
Évora. “0s aplausos e assobios do público não me deixavam terminar as
frases”.
Era notório o entusiasmo do público que pela primeira vez assistia ao
FINASON (canto Folclórico baseado essencialmente no improviso) na voz de uma
criança.
1987
Com os sonhos na bagagem, Princezito parte para Cuba. Foram sonhos que
então cristalizaram em poesia, cantos, e expressões que já o intitulam de
“Piskador di puema” ou “ Kasador di inspirason”
Em Cuba viveu uma imensa experiência cultural:
- Dirigiu durante quatro anos o Departamento Cultural da Comunidade
Estudantil Cabo-Verdiana.
- Criou um grupo de batuku formado por raparigas de todas as ilhas.
- Criou um grupo de Carnaval que viria a receber o prémio “Festival de
Toronja 1988”.
- Coreografou várias danças tradicionais de Cabo Verde, para diversos
eventos.
- Fundou com amigos um grupo musical.
- Participou em festivais culturais estudantis que lhe mereceram vários
prémios de cariz cultural.
- Pela sua organização e versatilidade, foi escolhido para receber as
delegações estrangeiras de visita à Isla de la Juventud.
Durante os oito anos que viveu em Cuba, Princezito absorveu a grande
diversidade cultural daquele país, dos ritmos e cantos afro cubanos passando
pela música popular e contemporânea.
1995
“0ra ki dan gana ba nha téra nhos dexan bai”. Assim foi, regressa a
casa com barbas e um Diploma que a Vida e a Escola lhe outorgaram.
Especializou-se em técnicas de laboratório clínico; profissão que não
hesitou em trocar pela paixão à cultura que sempre o embalou…
2002
- Foi o preceptor do projecto “AYAN”, registo discográfico que
evidenciou a nova tendência do estilo Batuku e projectou a chamada geração Pantera.
Uma produção que contou com a participação de Tcheka, Vadu, Djingo
e do próprio Princezito que trouxe à terra uma réplica de “Lua”, a composição
de sua autoria que tem vindo a marcar o sentido e a alma dos muitos que a
escutam. Registada por Mayra (CD) e Lura (DVD).
Participações em disco:
Trás di Son – Djinho Barbosa
Tarraf All Stars – Projecto músicos do Tarrafal
Traduson pa Tradison – Gilyto
Oh Mãe Mais Justa – Tó Alves
Badyo – Mário Lúcio
Composições interpretadas por:
Nancy Vieira, Mayra Andrade, Diva, Ritinha Lobo, Samira, Jenifer entre
outros.
2008
Spiga, o seu primeiro disco a solo, é o resultado de um trabalho de
pesquisa sobre as vertentes do batuku. Aborda a “melopeia” (melodia cantada),
baseada nas histórias, contos e provérbios populares. Com produção musical de
Hernani Almeida e edição da Harmonia, Spiga é um documento de referência para a
história musical de Cabo Verde!
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